Ômicron: com maior risco de infectar vacinados, subvariante BA.2 pode retardar declínio de casos
Estudo dinamarquês indica que ela escapa mais à proteção dos imunizantes e é mais transmissível, mas tem baixa letalidade
A BA.2, uma subvariante da Ômicron, acendeu o sinal de alerta na comunidade científica e nas autoridades de saúde. Isso porque ela parece ser mais transmissível que a BA.1, nome da versão original da Ômicron, e tem maior capacidade de infectar pessoas vacinadas, de acordo com um recente estudo dinamarquês. Devido a essas características, especialistas acreditam que sua disseminação pode causar um pico mais alto de infecções em locais que ainda não atingiram o ápice da onda iniciada pela BA.1 e retardar o declínio de casos nos países que já atingiram o pico.
— A BA.2 se mostra ainda mais infectante e escapa das vacinas mais do que a Ômicron original. Seu avanço deve arrastar um pouco a onda que achávamos que iria cair tão rapidamente quanto subiu. Mas não vai haver um novo pico — diz o médico geneticista Salmo Raskin, diretor do Laboratório Genetika, de Curitiba.
Na terça-feira, Boris Pavlin, da Equipe de Resposta à Covid-19 da Organização Mundial da Saúde, admitiu que a BA.2 está rapidamente substituindo a BA.1 e se tornando a cepa dominante, mas ressaltou que é improvável que ela cause um impacto "substancial".
— Olhando para outros países onde o BA.2 está ultrapassando [a BA.1] agora, não estamos vendo nenhum aumento maior nas hospitalizações do que o esperado — explicou Pavlin em coletiva de imprensa.
Até o dia 30 de janeiro, a BA.2 representavam menos de 4% de todas as sequências de Ômicron disponíveis no principal banco de dados global de vírus. Mas ela foi identificada em 57 países e em alguns deles, como a Dinamarca, já é dominante.
A BA.2 tem 32 das mesmas mutações da BA.1, mas também tem 28 que são diferentes. Alguns pesquisadores afirmam que as duas linhagens são tão diferentes que a BA.2 deveria receber um nome próprio e ser classificada como uma nova variante de preocupação e não como uma subvariante da Ômicron.
— Ela é mais diferente da
BA.1 do que a Alfa (primeira nova variante de preocupação) é diferente
da sequência de Wuhan (cepa que deu origem à pandemia) . Isso significa
que há uma chance de ela não ser mais considerada um subtipo da Ômicron e
sim uma nova variante de preocupação, com uma denominação própria —
explica Raskin.
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