Pfizer, Moderna e AstraZeneca testam vacinas para variantes do coronavírus
Na semana passada, a Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido anunciou que uma sub-linhagem da variante Delta do coronavírus está se disseminando pelo Reino Unido. Batizada de AY. 4.2, ela foi classificada de “variante sob investigação” pela Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido. De acordo com as análises iniciais, ela seria de 10% a 15% mais transmissível do que a Delta. Por enquanto, sua proliferação é mais intensa no Reino Unido e na Rússia, com poucos casos notificados nos Estados Unidos e na Dinamarca.
Notícias do gênero são esperadas. Sabe-se que o surgimento de variantes ou derivações é inevitável em um contexto pandêmico como o atravessado atualmente. Até por essa razão, os três principais fabricantes das vacinas hoje disponíveis já se preparam para estar prontos e colocarem no mercado rapidamente um novo imunizante caso seja necessário. Até agora, os produtos das americanas Pfizer-BioNTech e da Moderna e da inglesa Oxford-AstraZeneca mostraram-se eficazes contra as variantes. Porém, eles foram desenvolvidos a partir do sequenciamento genético da primeira versão do SARS-CoV-2, realizado em janeiro de 2020, semanas após os registros dos primeiros casos, em Wuhan, na China.
A Pfizer e sua parceira BioNTech, que tem sede em Mainz, na Alemanha, conduzem um estudo randomizado duplo-cego (padrão ouro em pesquisas clínicas) com 930 participantes para testar um imunizante contra a variante Beta. Ele é feito com a mesma tecnologia baseada em RNA mensageiro usada na produção da vacina em uso. Em agosto, as companhias começaram também um teste em humanos com uma vacina que tem como alvos as variantes Alpha e Delta.
A Moderna, com sede em Cambridge, Massachusetts, nos Estados Unidos, está recrutando de 300 a 500 indivíduos para participar de estudos clínicos com vacinas de RNA mensageiro contra as variantes Beta, Delta e a combinação entre a variante Beta e a cepa original. A companhia também planeja testar um imunizante multivalente contra as variantes Beta e Delta. Segundo a companhia, o objetivo é submeter os resultados à análise do Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória americana, adiantando um etapa do processo de liberação se houver necessidade de colocar um dos imunizantes no mercado.
Na Inglaterra, a AstraZeneca iniciou, em junho, um estudo clínico com mais de 2,8 mil pessoas para testar uma vacina contra a variante Beta. Como as demais companhias, a farmacêutica inglesa se prepara para tornar o produto disponível o mais rapidamente possível.
Além dos testes clínicos executados pelas indústrias, há também mobilização para a montagem de um processo semelhante ao que existe para a produção de novas contra o Influenza, o vírus causador da gripe. Hoje, a Organização Mundial de Saúde é quem determina quando e como mudar a vacina da gripe para que ela seja eficaz contra a variante viral prevalente na temporada.
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