Crianças nascidas na pandemia têm QI menor, aponta estudo
Em 11 de agosto, a plataforma medRxiv serviu de palco para a publicação de um estudo surpreendente: crianças nascidas na pandemia têm QI menor. Na verdade, as mulheres grávidas com diagnóstico de Covid-19 tinham um risco maior de parto prematuro (muito prematuro), mas pouco se falava sobre os bebês.
Pesquisadores do Departamento de Pediatria da Warren Alpert Medical School, da Brown University, Estados Unidos, confirmam que crianças nascidas na pandemia têm QI menor. Sendo assim, as habilidades motoras, verbais e principalmente cognitivas, são inferiores quando comparadas com recém-nascidos antes do coronavírus se espalhar pelo mundo.
As análises afirmam que os primeiros anos de vida de uma criança são essencialmente importantes para o desenvolvimento cognitivo. Entretanto, com o fechamento de creches, colégios, parques e outros ambientes infantis, as crianças deixaram de ter interações interpessoais e estímulos em casa. Durante a pandemia, muitas empresas adotaram o estilo home office, e os pais estão precisando se adaptar não só com o emprego à distância, como também, com os filhos pequenos por perto o dia inteiro, elevando o nível de estresse.
Para provar que crianças nascidas na pandemia têm QI menor, os profissionais reuniram 672 delas em testes projetados para avaliar o desenvolvimento cognitivo. Resultado: apresentaram pontuações particularmente baixas, pois nasceram no auge do COVID-19. O QI médio de uma criança pequena, na última década, variava em torno de 100, todavia, o QI daquelas que vieram ao mundo durante a crise, caiu para 78.
Por enquanto, os pesquisadores levam o estudo como uma ‘simples’ pré-publicação, mas Sean Deoni, principal autor da análise, explica que a queda não é sutil. “Esse tipo de queda não existe sem problemas cognitivos importantes, até mesmo graves. Contudo, as crianças que participaram do estudo não apresentaram problemas de desenvolvimento”, explicou ele.
A principal razão pela queda de QI das crianças nascidas na pandemia, é a falta de estímulo. Isso acontece porque os adultos estão interagindo menos com o universo infantil, sofrendo de fadigas e acúmulo de estresse. Mesmo com os resultados servindo como base, fica difícil afirmar se as conclusões obtidas terão um impacto a longo prazo. A expectativa é que, conforme a situação se normaliza, esses estímulos voltem a ser aflorados nas crianças.
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