História da Cerveja no Brasil – A chegada do Holandês
Olhando a cerveja no Brasil hoje, ninguém sabe da difícil história que ela percorreu. Ela chegou às nossas terras na época da colonização e, por conta dos interesses portugueses em vender vinho, demorou a se popularizar.
Mas passada essas primeiras dificuldades, a bebida se tornou um dos símbolos da nossa cultura.
Primeira cervejaria brasileira
Acredita-se que em 1637, o holandês Maurício de Nassau chegou ao Brasil junto com o cervejeiro Dirck Dicx. Em outubro de 1640, eles abriram a primeira fábrica de cerveja das Américas. Na residência chamada “La Fontaine”, fabricavam uma cerveja encorpada, com cevada e açúcar. Apesar desses registros tão detalhados, ainda não foram comprovados se esses acontecimentos são reais.
O que é fato é que nessa época o vinho e a cachaça eram as bebidas mais populares entre o povo. Isso porque os portugueses forçavam a venda dos seus vinhos e o comércio de importação e exportação era exclusivo com Portugal. Inclusive, em 1785, a rainha Dona Maria I assinou um alvará que proibia a existência de fábricas e manufaturas na Colônia.
A chegada da Família Real muda o cenário no Brasil
Em 1808, quando a Família Real portuguesa desembarcou no nosso país, muita coisa mudou. Há relatos de que o rei Dom João consumia muita bebida e gostava de uma cervejinha. Logo ao chegar, ele decretou a abertura dos portos às nações amigas e revogou o alvará da rainha Dona Maira I.
Até 1814, a abertura dos portos beneficiou exclusivamente a Inglaterra, o que significava que a cerveja consumida no Brasil era de origem britânica. Os ingleses dominaram o mercado das cervejas importadas até 1870.
A partir da segunda metade do século, por influência da imigração, a preferência passou a ser pela cerveja alemã. Ela vinha em garrafas e em caixas, ao contrário das inglesas, que vinham em barris. A cerveja alemã era o oposto da inglesa: clara, límpida, conservava-se melhor e agradava mais ao paladar. Foi então que nasceu o hábito de beber cervejas em garrafas de vidro.
Curiosidade: Na segunda metade do século XIX, o apelido para se referir à bebida era “cerveja-barbante”. Isso porque, como o controle de fermentação era rudimentar, as garrafas eram lacradas com uma rolha amarrada por um barbante, para impedir que a rolha saltasse. As tampas de metais que conhecemos hoje, só foram inventadas em 1891, por William Painter.
Referência: Livro Larousse da Cerveja, Editora Larousse
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